Ribeirão Preto

DIVULGAÇÃO EDUCACIONAL DO CONHECIMENTO GEOCIENTÍFICO PARA GEOCONSERVAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS EM RIBEIRÃO PRETO, SP.

Isabella Nogueira Bittar de Castilho Barbosa – Mestrado em andamento.

Orientador: Prof. Dr. Celso Dal Ré Carneiro

RESUMO: O módulo Geo-Escola que vem sendo desenvolvido na região de Ribeirão Preto focaliza o Sistema Aquífero Guarani (SAG). Ribeirão Preto é inteiramente abastecida pelas águas subterrâneas do SAG. O objetivo do trabalho é apontar caminhos para desenvolver estratégias de divulgação do conhecimento geocientífico, apoiar a geoconservação das águas subterrâneas e, ao mesmo tempo, promover um reconhecimento contínuo das áreas de ocorrência do SAG, para que os cidadãos compreendam os aspectos ambientais que constituem a realidade local. O módulo pretende contribuir para a formação de uma sociedade mais consciente e indivíduos críticos e sensíveis às questões ambientais, destacando a importância da herança geológica.
O projeto busca, por intermédio de programas de educação formal e não-formal, capacitar o indivíduo e construir uma educação ambiental mais regionalizada, trazendo consciência e relação de pertencimento aos moradores da cidade, ao mesmo tempo que busca refletir sobre novos modos de produção que não sejam baseados no esgotamento dos recursos naturais. O trabalho está sendo desenvolvido dentro do programa Geo-Escola – conduzido no IG-Unicamp – pretende conseguir apoio da Secretaria de Cultura, Educação e Meio Ambiente da cidade de Ribeirão Preto/SP. Em 21 de março de 2018 foi publicada no Diário Oficial do Município de Ribeirão Preto a Portaria de número 0341/2018, que prevê a criação de uma Estação Ecológica em uma das áreas de recarga do SAG. As áreas de recarga de um sistema de abastecimento de águas subterrâneas requerem extrema atenção e planejamento por parte dos agentes governamentais, pois são porções vulneráveis a ameaças de contaminação em potencial. O projeto pretende ajudar na constituição do parque e a pensar na criação de materiais didáticos para promoção da educação ambiental na Estação Ecológica Guarani.

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Divulgação educacional do conhecimento geocientífico para geoconservação das águas subterrâneas brasileira: caso do Sistema Aquífero Guarani.

Isabella Nogueira Bittar de Castilho Barbosa, Mestranda, Programa de Pós-Graduação em Ensino e História de Ciências da Terra, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Bolsista da CAPES, e-mail: bella.unicamp@gmail.com

Celso Dal Ré Carneiro, Universidade Estadual de Campinas, Pesquisador do CNPq, e-mail: cedrec@unicamp.br

Professora, Ma. Centro de Geociências, Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, e-mail: amacielcarvalho@ufvjm.edu.br

RESUMO APROVADO 46th IAH CONGRESS MALAGA 2019

Considerado o quarto maior reservatório de água doce do mundo, o Sistema Aquífero Guarani (SAG), estende-se por cerca de 1,2 milhões de km², e sua área de ocorrência divide-se entre quatro países da América do Sul, um sistema de produção transfronteiriço, abarcando parte dos territórios do Paraguai, do Uruguai, da Argentina e, seu maior volume e extensão, no Brasil. As águas do SAG abrigam-se em rochas sedimentares areníticas, e sua formação remonta à Era Mesozoica, quando, ainda no supercontinente Gondwana, havia um ambiente desértico que dominava a paisagem à época, onde os ventos acumularam sedimentos em grandes campos de dunas arenosas. Posteriormente, uma atividade vulcânica cobriu essas dunas com derrames de lava. Essa lava se solidificou sobre o deserto e deu origem à chamada Formação Serra Geral, que estabeleceu, em uma grande área, a capa protetora que resguarda as águas do SAG. Essas águas são amplamente utilizadas no Brasil, tanto para a produção agrícola, como para o abastecimento público. Sabe-se que mais de 1.500 municípios brasileiros podem se abastecer das águas do SAG atualmente. As águas do SAG correm sérios riscos e podem ser comprometidas por atividades industriais, agrícolas, uso urbano, e parcelamento e ocupação do solo sem estudo prévio, sendo de extrema importância estudos que promovam políticas públicas voltadas para a sua preservação. O presente estudo teve como objetivo apontar caminhos para desenvolver estratégias de divulgação do conhecimento geocientífico no Estado de São Paulo e apoiar a geoconservação das águas subterrâneas, promovendo um (re)conhecimento contínuo das áreas de ocorrência do SAG, para que os cidadãos compreendam os aspectos ambientais que constituem a realidade local, contribuindo para formação de uma sociedade mais consciente e indivíduos críticos e sensíveis às questões ambientais, destacando a importância das heranças geológicas e a irremediável preservação das águas subterrâneas. Este trabalho foi desenvolvido pelo Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, tomando como base às preocupações e metas do projeto GEO-ESCOLA – cuja ideia é que o educador do século XXI tem a responsabilidade de conscientizar uma geração para resolver um problema ambiental acumulado ao longo de anos, buscando refletir sobre novos modos de produção que não sejam baseados no esgotamento dos recursos naturais. Foi realizada uma divulgação profunda, através de programas de educação formal e não-formal, para a divulgação das geociências. O resultado foi a elaboração de um site com temas de geologia que apoiou e contribuiu para a formação de professores. O projeto verificou a importância da inserção de novas formas midiáticas de divulgação; como, por exemplo, integrar-se às redes sociais – como páginas online e vídeos no Youtube – e as utilizou como uma ferramenta de divulgação de conteúdos geológicos e ambientais.